Suposições...

Espreitas por uma fechadura sublime, inquietante, tumultuosa. Não és mais do que somente gota de uma amizade. Mas és, e a mim o facto de tu seres preenche-me. Tocas-me num segundo e enalteces-me para o resto do tempo. Mergulho na ilusão, percorro sonhos e etapas de uma vida que não me leva a um lugar abstracto. De mim só faz parte o meu coração e tu queres apropriar-te dele para me fazeres tua marioneta, tua companheira de suaves e estonteantes brincadeiras. Queres esculpir a minha face de desejos, suposições e empregná-la de um misto de realidade, também. Creio que nem tu sabes os actos que cumetes. Não tens noção, é esse o teu problema. Noção. Mas sabes uma coisa? também não a tenho. Dispenso a noção em maior parte das palavras que escrevo, dos passos que finco no chão gasto pelo tempo. Só me sirvo da noção para uma ''coisa'', para saber que vivo, mas mesmo assim não sei para que vivo, com que intenção, meta, objectivo ou etapa. Vivo talvez por que sim, ou porque não... Será porque sou embalada pelo vento sem me opor? Não sei. Suposições, caro ser, suposições...

Mónica*