quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Deixei o coração em casa...


“Não te esqueças das chaves de casa!”, “Não te esqueças da porta bem fechada!”, “Não te esqueças das pastas com os documentos”, “Não te esqueças…”. Todas estas recomendações já fazem parte da rotina do dia-a-dia de maior parte dos indivíduos, que têm um sem número de coisas para fazer antes de se ausentarem de casa e se dirigirem para os seus postos de trabalho, ou mesmo daquelas pessoas que têm como posto de trabalho o seu lar. E todas estas recomendações já caiem na banalidade de tão frequentes que são, contudo há uma que de certeza não é nem será banal, isto se a sociedade continuar a agir de forma igual: “Não te esqueças de dar uso ao teu coração!”, é quase garantido que este ‘’aviso’’ não se escuta em nenhuma casa portuguesa, diria mesmo em nenhuma casa mundial e se há lar onde este se ouve é, sem dúvida, uma raridade. Infelizmente a maioria das pessoas sai de suas casas deixando para trás o mais importante: O CORAÇÃO, não o físico, pois esse não o podem deixar para trás (se pudessem talvez o deixassem), mas o “psicológico”, esse sim é esquecido inúmeras vezes, não lhe sendo atribuído importância, significado e até mesmo respeito. Nos dias de hoje é (quase) posta de parte a pessoa que tem sensibilidade, quero com isto dizer, aquela que dá o devido valor ao “coração psicológico”, que usa os sentimentos e não os amachuca e deita para o lixo como se fosse um folheto publicitário sem valor algum. Cada vez mais se dá valor às coisas materiais, reduzindo assim o “clone especial” do coração onde, outrora, se guardavam com primor e carinho os tão preciosos sentimentos, agora, enche-se esse clone com o entulho que a sociedade valoriza acima de tudo. A simpatia que se espelhava no sorriso de todas as pessoas que vagueavam na rua e nos presenteavam com um doce “Bom dia!” deu lugar agora à hipocrisia, ao mau humor e à correria em busca do cumprimento rigoroso da rotina ou de uma agenda que teimam em substituir por uma “vida normal”. Quero dizer com isto tudo que a Humanidade está enganada, redondamente equivocada pois julga que os seus dias têm que ser passados a torturar a sua cabeça porque têm muito trabalho a fazer ou porque o seu salário não chega para cobrir todas as despesas. É óbvio que isto também conta, mas não tem nexo se não soubermos sentir cada momento, cada palavra, cada gesto ou mesmo cada sinal que nos é oferecido pelo VERDADEIRO CORAÇÃO. Em suma, a vida é um livro e não podemos chegar ao fim com uma história incompleta ou com um final infeliz, pois todas começam por “Era uma vez…” e cada um de nós tem o gosto de a poder terminar da melhor forma possível, arquitectar com doçura um capítulo emocionante ao sabor de palavras amáveis e atitudes correctas, para que assim a historia possa terminar com “…foram felizes para sempre”

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